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Financiamento e economia

Problema
O financiamento das empresas e das pessoas depende sobretudo dos bancos e das bolsas, sendo que, como sabemos, ambos operam à base da ganância financeira e da especulação, que levam a crises económicas. Por outro lado, até o financiamento dos próprios países depende dos mesmos moldes: troika, comércio de dívida pública, valorização/desvalorização das moedas, etc.

Reflexão
Sendo a economia global uma questão de herança (antigamente, por falta de comunicação, globalização e riqueza, apenas alguns sabiam quando e como investir), nos tempos que correm, fará sentido continuar centrada num grupo seleto de milionários? E fará sentido funcionar à base de especulação como se as vidas das pessoas fossem jogos de casino?

Solução
Uma das grandes inovações da economia da Cidade de Abílio está relacionada com a democratização da mesma, proibindo bolsas e restringindo o crédito bancário. O objetivo é evitar a ganância financeira e a especulação que podem levar a crises económicas e, por outro lado, evitar que o dinheiro e o poder residam num grupo seleto de milionários ou em bancos. Assim, o dinheiro obtém-se com recurso ao financiamento coletivo. É importante salientar que esta situação nem é capitalismo nem comunismo, é a verdadeira democracia: todos contribuem um pouco para algo maior!
É simples, imagine que quer abrir um negócio. Mas em vez de pedir ao banco, faz um levantamento na sua área de residência com um plano de investimento definido: cada pessoa torna-se sua sócia, ou oferece um lanche a cada uma no dia da abertura ou paga-lhes juros.
Lembre-se: pedir 100.000 € a 1 banco pode ser muito, mas pedir 100 € a 1000 pessoas já é pouco! Pode ser complicado falar com 1000 pessoas, mas as tecnologias do século XXI resolvem-lhe o problema!

Atualmente já existem alguns modelos que têm melhorado a vida das pessoas:
  • Micro-crédito: permite que várias pessoas emprestem dinheiro a alguém sem juros. Assim, evita-se o sobre-endividamento de quem necessita e também que as instituições de crédito recusem emprestar por haver algum risco associado. Uma das organizações que faz este tipo de empréstimos é a Kiva (https://www.kiva.org/)
  • Crowdfunding ou financiamento coletivo: permite que várias pessoas pré-adquiram um produto ou um serviço, sendo que quem necessita de financiamento não tem de pagar juros. Em Portugal temos a PPL (https://ppl.pt/).
  • Crowdfinancing ou investimento coletivo: permite que qualquer pessoa se torne investidor recebendo juros em troca. Como o objetivo é o financiamento puro e não o movimento de dinheiro especulativo, não existem comissões, incentivando as pessoas a manterem o seu capital tal como se de uma conta-poupança se tratasse. Quem necessita do dinheiro vê o seu investimento mais seguro, pois o mesmo não depende nem de bancos nem de grupos de investimento pouco transparentes. Em Portugal a GoParity é um excelente exemplo (https://goparity.com/pt-pt).
  • Contas Aforro/certificados do tesouro: quem não se lembra das velhinhas contas aforro dos correios ou dos certificados do tesouro? Este deveria ser o principal meio de financiamento de qualquer Estado. Aliás, durante a 2ª Guerra Mundial, os EUA financiaram-se desta maneira, pedindo dinheiro aos seus cidadãos! Consegue imaginar se na altura da troika o Governo nos tivesse pedido dinheiro? Contribuiria, nem que fosse com 100 €, para que Portugal mantivesse a sua independência financeira e não pagasse juros altíssimos a estrangeiros? Ao subscrever estes instrumentos contribui para que o país não se endivide externamente, e pode fazê-lo pela internet no IGCP (https://www.igcp.pt/pt/).
Apesar destas novas formas de financiamento já estarem disponíveis ao comum cidadão, ainda existem restrições governamentais que as impossibilitam de serem as alternativas principais, como a existência de limites de investimento. Para além disso, acredito que os poderosos lobbies nunca permitiriam que, tal como em Cidade de Abílio, por exemplo, as bolsas fossem proibidas.

Ainda assim, não há nada como começar aos poucos e contribuir já para uma economia mais democrática! Está pronto para tornar o mundo num lugar melhor?

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